sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mídia e Violência

Não há como negar, está no horário nobre para todos verem. Está em todos os canais, de todas as formas de espetacularização. A mídia manipula a violência ou é a violência que manipula a mídia?

Em telejornais, a violência sempre teve um grande espaço, talvez porque sempre existiu, e sempre chocou as pessoas. Casos de violência podem trazer ao telespectador a sensação de medo, provocar emoções que o levam à humanização (se algo de ruim aconteceu com o meu vizinho, também pode acontecer comigo), mas este tema está tão batido que o público acaba se acostumando, digerindo tudo isso de uma só vez, sem se importar com a relevância e pertinência da notícia.

O problema não está em denunciar a violência, usando a muleta de estar “alertando” a sociedade, mas no culto ao noticiário violento em detrimento de uma análise mais séria e profunda do assunto, focando as causas e não só as conseqüências.


É preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura, ou seja, dramatizar o que já é dramático. Estamos juntos correndo para o sensacionalismo barato, como se todos os veículos de comunicação procurassem atingir um único público alvo. O esculacho popular que sempre fez sucesso desde o Noticias Populares até o atual Notícias Já.

A notícia boa também é informação. No contrário, mostrando cada vez mais a violência, empresas podem afundar na tendência ao catastrofismo, revelando a incapacidade de profissionais de informar bem em tempos de normalidade (ainda que estes sejam raros).

Libertar o jornalismo, que refém da cultura da violência, não é tarefa fácil, mas faremos isso recuperando os valores fundamentais que são o humanismo a solidariedade e o respeito à vida.


Esta análise crítica foi feta a partir do texto Midia e Violência de Carlos Alberto Di Franco.

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